19 de mar. de 2011

Assalto a Farmácia Garanhuns - PE


Ainda sob efeitos de medicação, atendente de farmácia relembra momentos em que foi feita refém por assaltante

Reprodução/TV Globo

“Eu só pensava nos meus filhos, sempre, sempre neles. Iam ficar como? Pedia muito a Deus para que ele me soltasse. Eu dizia me solta, tenho três filhos para criar”. As cenas de terror ainda estão fortes na memória da atendente de farmácia Edvânia Galdino da Silva, de 31 anos. Ela passou duas horas como refém durante uma tentativa de assalto a uma farmácia, em Garanhuns, no Agreste, na noite da última segunda-feira (14). “Ele com a faca em mim. Ele tremia, baixinho ele dizia: vou te matar, vou te levar junto comigo”, relembra.

Reprodução/TV Globo


Ela só conseguiu se livrar do assaltante, que a ameaçava com uma faca, quando um policial aproveitou um descuido e atirou, matando assaltante. “No tiro, ele pegou meu cabelo e disse para me ajoelhar que minha hora tinha chegado. Foi o tiro e pensei que o sangue era meu”, diz Edvânia.

De acordo com a polícia, dois bandidos invadiram a loja, que fica a poucos metros do Fórum da cidade. Um deles fugiu. O outro, identificado como Leonardo Bezerra da Silva, de 20 anos, fez refém a atendente de farmácia e a ameaçou, com uma faca, durante duas horas, até ser morto pela polícia.

De acordo com o comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, o tenente-coronel Ferreira Júnior, constou que o nome do policial que conseguiu matar o assaltante será preservado. “Orientação é de resguardá-lo. O PM está sendo acompanhado e está tranquila situação dele. Estamos resguardando ele. É uma situação muito triste e chata. Ninguém quer um momento desse. Ele negocio por mais de três horas e ele também não queria esse desfecho.”

O tenente-coronel lamentou o desfecho e disse que a polícia tentou negociar, mas Leonardo não cedeu. “Acho que ele tinha que sair dali vivo para pagar o preço pelo que ele estava fazendo, mas infelizmente teve que acontecer dessa forma”, conta.

Reprodução/TV Globo


Durante as negociações, o promotor de Justiça Alexandre Bezerra ainda ofereceu ao bandido carro e dinheiro para a fuga. O assaltante exigia a avenida vazia. As cenas dramáticas foram acompanhadas por centenas de moradores. "O comportamento dele era de um drogado. Nessas situações a negociação fica muito difícil, porque o raciocínio lógico dele não existe", diz o tenente Leandro Nunes, da PM, que participou da operação.

Mais de 20 policiais, entre civis, militares e do Corpo de Bombeiros, além de três delegados, participaram de toda a movimentação.

Depois de duas horas de tortura, o desfecho: a polícia aproveitou o momento em que o assaltante fez a vítima ajoelhar e atirou na cabeça dele. A multidão, que tentou se controlar o tempo todo para não atrapalhar as negociações, comemorou a ação da polícia. O corpo do agressor foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Caruaru, para que se verifique se ele agiu ou não sob efeito de drogas.

Edvânia Galdino da Silva foi levada ao Hospital Regional Dom Moura em estado de choque. Ela passou por uma avaliação, foi medicada e já está em casa. De acordo com a polícia, o assaltante morto já havia sido preso, em 2009, por porte ilegal de arma de fogo e estava respondendo pelo crime em liberdade. O outro assaltante, que fugiu antes da chegada da polícia, ainda não foi identificado.

A gerência da farmácia informou, nesta terça, que vai reforçar a segurança. "Estamos vendo a possibilidade de melhorar isso aí, colocando câmeras", diz o gerente Erlan Cardoso.


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